Às vezes só o que precisamos é de uma ducha de água fria depois de um longo banho quente…
Digo isso porque foi assim que cheguei à seguinte conclusão: o perigo mora no silêncio. Martin Luther King disse “O que mais me preocupa é o silêncio dos bons”, pois eu me preocupo com os dois, bons e mal. Não se engane, não estou falando apenas sobre um perigo específico, mas sim de todos.
Palavras não ditas e pensamentos não compartilhados, se escondem dentro de nós e se tornam uma bomba relógio, prontos para explodir assim que decidirmos abrir nossas bocas e pronunciá-los, materializá-los.
Mas não se esqueça: eles sempre estiveram e continuarão ali.
Algumas bombas podem ser doces, como as que compramos na padaria. Essas explodem quando nos vemos diante de situações desumanas, de injustiça, desrespeito. Nesse caso quem aperta o gatilho é a raiva, o ódio, não a sua, ou a minha, mas sim a do “outro”. Quando alguém comete um ato de racismo, homofobia, intolerância, agressão ou de qualquer outro tipo de preconceito na nossa frente.
Não aguentamos, explodimos, colocamos para fora o que há de melhor no ser humano: amor e compaixão.
Mas porquê será que essa bomba só explode quando o outro decide detoná-la? Por que o gatilho tem que ser a raiva, o ódio? Por que o gatilho não é outro? Por que não a detonamos sempre? Por que guardamos e escondemos o que há de melhor em nós, ao invés de compartilharmos, SEMPRE?
Não sei, talvez algum de vocês possa me responder, só sei que quando você não descobre uma forma de apertar esse gatilho sozinho, outra pessoa o aperta por você. E aí amigo, a coisa fica feia…
Porque, veja bem, essa “outra” pessoa também possui uma bomba dentro dela, não tão doce quanto a nossa, para falar a verdade, duvido muito que ela seja comestível, se fosse vendida nos supermercados viria com um aviso na embalagem “Cuidado, alimento NÃO perecível”.
O “combustível” dessa bomba, a reação química responsável pelas atrocidades que ela é capaz de cometer é o seu, o meu, o do outro, o nosso silêncio.
E eu disse, alimento NÃO perecível, não possui uma data de expiração, não deixa de existir. Então, NÃO, fingir que ele não existe, ignorá-lo, se recusar a consumi-lo, jogá-lo fora, excluir do Facebook, dar unfollow no Instagram ou bloquear no Whatsapp não resolve o problema.
O perigo só deixa de existir quando a gente o encara, e para isso ele precisa sair de onde mora, ou melhor, se esconde, no silêncio.
Eu juro, queria muito saber quem inventou isso de que não falar sobre as coisas resolve algo. “Não vamos falar sobre o nazismo, fascismo, racismo, ou qualquer outro tema, isso gera muita polêmica, isso pode dar ideia, espaço para as pessoas que pensam igual se manifestarem”.
Texto incrível! Que bom saber que estamos na mesma caminhada! Estamos preparadíssimas com nossas bombas de amor! Que sejamos sempre amor, principalmente onde houver ódio!
CurtirCurtido por 1 pessoa