No início da quarentena tive uma discussão saudável entre amigos. Após descobrir a quantidade de pessoas necessárias para fazer a tal das lives, achei um enorme absurdo e disse que deveriam acabar/serem proibidas. Alguns amigos argumentaram que muitas pessoas estão surtando sozinhas em casa, e que a live é um entretenimento saudável para todos, e que era fácil dizer isso já que gosto de ficar sozinha.
Existe uma enorme diferença entre gostar de ficar só e se sentir confortável sozinha.
Lembro de passar horas brincando, pintando ou assistindo algum desenho sozinha, mesmo tendo uma irmã. Muitas vezes ela não queria brincar, pintar ou assistir TV e eu não me importava de fazer tudo isso só.
Na escola fazia o mesmo, principalmente, na época que sofri bullying. Aliás, por conta disso, desenvolvi algumas habilidades, como a de falar comigo mesma. Também comecei a aprender inglês, cantando. Hoje em dia até agradeço por não ter perdido meu tempo socializando.
Mas de fato, a experiência mais enriquecedora, a que me mudou completamente, me tornou uma pessoa mais segura, me libertou da minha timidez e fez descobrir o meu lado descontraído, desinibido e extremamente comunicativo foi viajar sozinha.
Muitas pessoas ainda se questionam como eu consigo. Isso não é muito comum, entre nós, brasileiros. Somos acostumados a andar em bando (me incluo nisso). E nada contra, inclusive pertenço à um. Mas aprendi a voar sozinha, e vou confessar uma coisa, eu não quero e não pretendo parar.
Sozinha faço o que gosto.
Vou pra onde quero,
volto quando quiser, se quiser.
Estou mais presente.
Sou presente, decido aparecer por mim, não por você.
Vejo o mundo com os meus próprios olhos, não com os seus.
Ouço as minhas músicas, não as suas.
Não lhe ouço, me escuto.
Não peço paz, estou em paz.
Sorrio porque estou feliz, não para parecer feliz.
Eu sou feliz.
Sozinha.

Adorei o texto. Parabéns!!!!
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Muito obrigada, Marcia!! (=
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